quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Os perigos de uma MASTITE!

Relato de parto por Sheila Leinecker de Bastos


Engravidei com 16 anos!!! Descobri minha gravidez já nas primeiras semanas, pois vomitava muito (emagreci 6 kg em uma semana). Como eu era muito nova, temia a reação dos meus pais, por isso escondi minha gestação até completar cinco meses.
Eu e meu namorado Fernando, atual esposo, sabíamos o risco que corríamos principalmente eu e o bebê, mas o medo era maior... Sempre íamos adiando a data para contar para meus pais, até que um dia em março/07 tinha agendado consulta para iniciar o pré natal, essa consulta seria bem cedo e por esse motivo fomos obrigados a contar... Um alívio, pois precisava do apoio da minha mãe nesse momento. De início foi bastante difícil principalmente para meu pai, afinal sou o bebê dele, mas com o tempo ele foi se acostumando e hoje o Dheyvid é seu xodó!
Minha gestação apesar de eu ter iniciado o pré natal muuuito tarde, graças a Deus foi perfeita nenhuma alteração, tudo conforme manda o script... O Dheyvid sempre crescendo com saúde! Eu só recuperei os kg que perdi no início então engordei somente 10 kg.
Em 03/08/2007 foi o dia mais maravilhoso da minha vida, era uma sexta-feira, logo no começo da manhã senti um formigamento na barriga, achei esquisito e minha mãe disse que iria ganhar meu filho, na verdade achei que não era, porque a dor era minúscula... Ao meio dia a dor estava um pouco maior, mas nada que não pudesse suportar, eu julgo a dor menor do que as cólicas menstruais que tinha com freqüência. Fui para o hospital cheguei as 13:30h e o Dheyvid nasceu as 15:20h. Foi bem rápido, cheguei no Hospital Santa Cruz com 8/9 de dilatação, só deu tempo de subir para o centro cirúrgico e aguardar a chegada do Dheyvid... Tive o parto normal, foi tudo muito tranqüilo e se um dia eu engravidar novamente faria com certeza o parto normal. Ele nasceu com 3,740 kg e 48,5 cm era um bebezão, lindo e perfeito. Com a graça de Deus tudo certo. O Fernando assistiu meu parto e estava mais nervoso que eu, normal para um primeiro filho...
Após isso começou meu sofrimento... Além de ter hematoma devido ao ponto que estourou, eu tive a pior dor do mundo... A dor do PEITO!!!
Sim eu tive mastite.
Tinha muito leite, mas só pude amamentar um mês...
Meu peito empedrou, fui fazendo massagem manual para tentar solucionar mas era em vão, eu cheguei a ter 39/40º de febre, era sol, mas eu tremia de frio. Com o tempo a cada dia eu ficava pior... Tentei vários lugares, vários métodos mas nada resolvia. Até meu esposo Fernando chegou a sugar meu peito (direito que estava pior) na primeira vez funcionou, mas depois nem ele esgotava mais, porque virou mastite.
A mastite é uma inflamação das glândulas da mama causada pelo acúmulo de leite e acontece com maior frequência no pós-parto. Ela inicia deixando o peito vermelho, se não cuidar pode até estourar bolhas no seio de infecção.
Mesmo eu querendo amamentar, eu tive que tomar remédio para secar o leite... Fiz isso mas o peito direito que estava pior não secou, fiquei com um peito pequeno e outro enorme, isso prestes a me casar, casávamos em 22/12/07.
Como não tinha mais solução, o Dheyvid passou a tomar leite em pó na mamadeira... E eu tive que me submeter a uma drenagem simples, fiz numa segunda-feira com anestesia local... Fiquei com dreno e vim para casa. Até então estava tudo correndo bem.
Mas... Na quarta feira meu peito encheu novamente... Entao tive que fazer a drenagem novamente, desta vez no centro cirúrgico com anestesia geral. A minha mastite já não era mais leite e sim coagulo de sangue. Fiz o procedimento e com isso melhorou, meu peito secou e tratei com um mastologista (médico da mama).
Com isso, sempre oriento as mamães a cuidarem do peito... A dor é imensa, não tem como descrever. Sofri muito, e sempre digo a dor do peito é pior que a dor do parto. Por isso peçam para seus ginecologistas apoio para cuidar dos seios, usem conchas formadoras de bico, façam simpatias, massagens, banho de sol, tudo o que for possível... Nada é demais.
E também, escutem os mais velhos eles são sábios.
Hoje já se passaram sete anos... Meu bebê é um homenzinho e é tudo de mais precioso que tenho nessa vida, passaria tudo novamente por ele. Com tudo isso que passei não tenho vontade de ter mais filhos, mas que seja feita a vontade de Deus.
Essa foi minha experiência, mãe-bebê-amamentação-mastite, nada prazerosa, mas fica como vivência.







Esse foi o relato da Sheila em relação a mastite, que pode chegar a ser muito séria e é por isso que temos sempre que cuidar, antes e depois da gestação!

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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Ovário policístico e ectopia cervical



Antes de engravidar da Alice eu descobri depois de vários exames e muitas cólicas que eu tinha ovário policístico, várias vezes antes de engravidar eu pensava estar grávida, pois minha menstruação não descia, tinha vezes que ficava até três meses sem descer, me pegava louca, fazendo exames de farmácia e de sangue e não era nada.
Descobri que o ovário policístico interfere no processo normal da ovulação, assim o médico me explicou que tinham meses que eu simplesmente não ovulava, sendo impossível a gravidez e a menstruação. E nesses meses eu tinha que tomar um indutor para ovular para que minha menstruação viesse me visitar e eu ficasse mais tranquila.
Um tempo depois de descobrir os ovários policísticos, eu percebi que toda vez que tinha relações sangrava e doía muito, fui a outro médico e descobri a ectopia cervical, que nada mais é que uma ferida no útero. Esse mesmo médico me disse que desse modo eu só engravidaria depois de um longo tratamento a base de anticoncepcionais e hormônios e a cauterização, me disse que iria deixar meu corpo saudável para que se um dia eu quisesse engravidar fizesse isso sem preocupações e estress. Marcamos a cauterização para outra semana.
Procedimento horrível essa tal de cauterização, chorei durante o processo, fiquei nervosa, não doeu, mas era muito invasivo. Quando ele terminou me disse que pela ferida ser bem grande não havia conseguido cauterizar tudo e que eu teria que retornar após 15 dias. Eu estava aguardando a menstruação descer e nem um pouco com vontade de repetir o procedimento, adiei, adiei e descobri que minha menstruação ainda não tinha descido depois de 40 dias!
Achei que por ter o ovário policístico eu não havia ovulado naquele mês e resolvi ir na farmácia comprar o indutor de ovulação para que minha menstruação descesse e eu começasse a tomar o anticoncepcional indicado pelo médico.
Acontece que chegando na farmácia, depois do meu marido ficar na minha cabeça dizendo que eu estava grávida e que era pra fazer um exame de gravidez, comprei um teste e fui fazer sem contar para ninguém, e descobri um positivo bem grandão.
Fiquei muito assustada e fui procurar sobre isso, como o médico me disse que eu não poderia engravidar antes do tratamento todo e eu engravidei? O que tinha acontecido? Descobri que a cauterização deixa o útero limpo e ele fica mais suscetível a uma gravidez, meu médico não me disse isso, achei que ele faltou com muitas informações nas consultas e essa era uma informação muito séria!
Enfim, se não fosse aquela cauterização, talvez hoje eu não teria a Alice já com 10 meses aqui comigo. No momento que descobri fiquei muuuito assustada, mas hoje vejo o quanto isso foi uma benção na minha vida!
Depois de ganhar a Alice, fui fazer uma ultrassom para saber como estavam as coisas lá e me deparei com nenhum cisto e nenhuma ferida. A gravidez me sarou de tudo, sem nenhum tipo de tratamento!

Beijos aos que seguem!

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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Cesárea por opção

Relato de parto por Pâmela Barbosa



Quando descobri que estava grávida, fazia exatamente uma semana que tinha ficado noiva. A minha história começou quando eu e o Thiago decidimos ter um bebê, então parei de tomar o remédio, quando completou dois meses decidi voltar a tomar já que não tinha dado em nada, estava só esperando descer a menstruação. Foi então que comecei a ter enjôo, dor nas costas e a menstruação atrasou, com uma semana de atraso fiz o teste de farmácia e neste dia o Thiago estava dormindo na minha casa, quando vi as duas faixas rosas fiquei totalmente feliz e ao mesmo tempo com medo, realmente eu tinha cometido uma loucura, mas estava imensamente feliz. Corri para o quarto e mostrei pro Thiago, porque a segunda faixa rosa estava meio clara, então perguntei quantas faixas você vê? E ele respondeu duas e logo sorriu e soltou um : iiiiiiii fudeu. Logo a faixa rosa já ficou mais escura, eu não sei explicar qual foi exatamente a nossa sensação, só sei que sempre quisemos ser pais, mas quando aconteceu nos assustamos. Gosto muito de falar da minha primeira ecografia, quando vi aquele pequeno grãozinho já com um formato me emocionei muito, mas para meu marido foi ali que a ficha caiu, ele ficou tão bobo que teve até dor de barriga rsrs.
Minha gravidez, foi bem tranquila, não tive complicação nenhuma, só enjôo até o ultimo dia da gestação. Tomava remédio todo dia.
Sempre achei que estava vindo o Davi, mas quando descobri que era Cecília também amei a notícia, finalmente ia ter a minha bonequinha.
Como eu e o Thiago tínhamos ficado noivos ainda não morávamos juntos, então foi um pouco triste não ter ele perto toda hora, mas finalmente com 7 meses de gestação nos casamos no civil e ele veio morar comigo na casa da minha mãe, foi realmente muito bom porque de noite era o momento que ela mais chutava e ele podia sentir comigo essa grande emoção.  O sonho do casamento na igreja um dia se tornará realidade e a minha filha vai levar as alianças.
Bom falando do meu pré-natal, tive um pouco de problema pra achar um bom médico e que não fosse muito caro, mas depois de trocar três vezes de médico finalmente achei um muito bom, já estava de sete meses e então pude me tranquilizar.
Tenho um amor enorme por Nossa Senhora, então pedi muito a ela que abençoasse meu parto, e que me desse muita calma para a pressão não subir, porque eu sou extremamente medrosa. Uma noite antes da cesárea eu mal dormi, no dia o meu marido andava de um lado pro outro muito nervoso e eu por incrível que pareça fiquei muito calma. A cesárea foi um sucesso e muito rápida. Finalmente ver o rostinho dela que sonhei tanto tempo foi emocionante, meu marido chorava demais e quando ele colocou ela perto de mim ela parou de chorar.
Ganhei a Cecília com 38 semanas e 2 dias por escolha minha e por isso ela teve que ficar na incubadora por 6 horas para acostumar a respirar. Fazer a cesárea foi opção minha, porque realmente tinha muito medo do parto normal. Eu só me arrependo muito de ter feito com 38 semanas e se pudesse voltar ao tempo teria esperado os sinais do parto, pra ela nascer na hora certa, mais gordinha e mais forte, porém eu não me arrependo nada de ter feito a cesárea e com certeza faria de novo.
Minha filha não quis pegar o peito, ela tinha muita preguiça de mamar, tentei dar no copinho e ela quase não tomava, fui até a maternidade e também ao PROAMA, um projeto que incentiva e ajuda às mamães a amamentar, pra fazer ela mamar, mas ela não pegava, nem mesmo em uma amiga que tinha bico formado (porque eu não tenho), então fiquei doente. Muita febre, pois esgotar o leite não estava sendo suficiente, por 6 dias dei o leite do peito pra ela na mamadeira e depois sequei meu leite, afinal precisava estar forte e bem de saúde pra cuidar dela. Foi realmente muito triste, meu sonho era amamentar, tive até começo de depressão por não conseguir amamentar. Então coloquei na minha cabeça e no meu coração que eu não seria menos mãe dela por não amamentar e por dar mamadeira, afinal não ia conseguir deixar ela passando fome, não tenho coração pra isso.
Minha filha está com quase dois meses, em um mês engordou 1kg300g cresceu 5 cm e está uma fofura. Somos muito gratos a Deus por essa benção, por ter escolhido nós dois para ser os papais da Cecília.

Ninguém nasce pai e mãe, somente vivendo está situação é que aprendemos. É um amor que só vivendo pra entender!


Esse foi o relato da Pâmela, mãe da princesa Ceci, que fez uma cesárea por opção. 
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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Depois que me tornei mãe...

Depois que me tornei mãe descobri que são coisas tão simples que nos deixam felizes, um sorriso, um carinho.
Depois que me tornei mãe descobri o quanto sou feliz, o quanto a vida me faz feliz e o quanto o mundo é bom.
Depois que me tornei mãe descobri o quanto a minha mãe sofreu a cada sofrimento meu, a cada choro, a cada dia em que eu passei mal da barriga ou da garganta.
Depois que me tornei mãe descobri o quanto eu gosto de ser mãe e o quanto isso me fez ver o que é ser mulher de verdade.
Depois que me tornei mãe descobri o significado de cansaço, sono, medo e loucura e também o significado de família, felicidade e amor.
Depois que me tornei mãe comecei a admirar as mães em geral, mas mães mesmo, aquelas de verdade, que criaram os filhos e os amaram com todo coração.
Depois que me tornei mãe descobri que foi a melhor coisa que me aconteceu e que eu jamais viveria de verdade sem ter tido esse presente maravilhoso.
Depois que me tornei mãe senti que sou mais forte do que eu imaginava e também mais fraca que eu pensava!
Depois que me tornei mãe vi que o choro vem fácil, mas vai fácil também.
Depois que me tornei mãe descobri que a nossa dor não é nada, perto da dor que dói no filho.
Depois que me tornei mãe descobri que mãe é manha!
Depois que me tornei mãe descobri que as coisas que eu dava importância demais hoje não importam mais.
Depois que me tornei mãe descobri porque mães não usam muita maquiagem ou não estão com o cabelo sempre escovado.
Depois que me tornei mãe ando sempre com um paninho comigo pra não passar vergonha por conta de uma mancha de vômito na blusa.
Depois que me tornei mãe descobri porque mães gostam de desenhos bobos tipo Dora e Peppa Pig.
Depois que me tornei mãe parei de julgar, mães fazem o que pensam ser melhor!
Depois que me tornei mãe parei de criticar.
Depois que me tornei mãe me tornei uma pessoa melhor!
Depois que me tornei mãe...

Depois que me tornei mãe... A vida começou, de verdade. 


Beijos aos que seguem!
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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Você sabe o que é TROMBOFILIA?

Relato de parto por Louise Telini


Quando tinha 15 anos tive um tumor no ovário, operei com a videolaparoscopia, o médico preservou o meu ovário, e desde então tenho um cisto dentro do ovário, um cisto grande. Meu primeiro aborto aconteceu em 2008, fiz exame de farmácia deu negativo e no de sangue positivo. No transvaginal eu estava de 6 semanas, tudo certo, mas ainda não dava pra ouvir o coração, voltei com 8 semanas, quando cheguei o médico informou que o bebê estava sem batimentos e que ele tinha morrido, não explicou direito o porquê, me deu um remédio e disse que não precisaria fazer curetagem porque ele desceria naturalmente, após 7 dias, tive um grande sangramento, o aborto. Depois de um tempo continuei tomando anticoncepcional e não engravidei, terminei meu antigo relacionamento nesse tempo.
Comecei a namorar outra pessoa e quando estava já namorando há um ano e pouco, minha menstruação atrasou por 15 dias e resolvi fazer um exame de sangue, deu positivo, numa quinta-feira. No sábado minha menstruação desceu muito, e na segunda repeti o exame de sangue e não tinha mais nada.

Em abril de 2013, descobri novamente que estava grávida, no exame de farmácia deu negativo, com 16 dias de atraso, fiz o exame de sangue e deu positivo. Desde o começo tive muitos problemas, sangramentos, toda semana eu estava na maternidade. E nessas idas a maternidade, chegava lá e estava tudo bem, colo do útero fechado, tudo bem com o bebê, sempre pediam ultrassom. O mesmo médico que me operou com 15 anos estava acompanhando minha gestação, então ele me disse quando eu estava com 15 semanas: ‘eu não sou médico de alto risco, mas pelo seu histórico, eu tenho quase certeza que você tem TROMBOFILIA, e é uma doença que causa a coagulação do sangue da mãe, ela entope o cordão umbilical e falta nutrientes para o bebê, pode também, dar uma trombose e você morrer, pode dar uma embolia pulmonar e você morrer, a trombofilia é uma doença muito séria que você tem que tratar, tem riscos tanto pra mãe, quanto para o bebê!’ Sai de lá em estado de choque, chorando, junto com meu namorado, sem chão! E meu médico passou vários exames e me disse que não poderia acompanhar mais minha gestação, mas se deixou a minha disposição, me disse pra ir atrás de um médico especialista. E então começou outra luta, porque meu plano não tinha muitos médicos especialistas que atendesse! E particular era muito caro! Encontrei péssimos médicos pelo caminho, que me chamaram de gorda, que disseram que não iriam se responsabilizar pela minha morte e da minha filha, me disseram que trombofilia não era nada... Até que minha sogra pagou para que eu fosse em um particular, já que eu estava completamente perdida e os médicos que eu havia ido não tinham me ajudado em nada.
Então, quando fui nesse médico, ele me atendeu muito bem, conversou, me explicou da doença, me passou 8 tipos de remédios, vitaminas, A.S, remédio de pressão, injeções na barriga, clexane, todos os dias eu tomava, às 20h! Disse que o risco era muito grande e que eu teria que cuidar muito! Ficamos tristes, porque quando você engravida, você não quer que tenha todo esse risco, você quer que tudo corra bem até o final. Minha sogra foi com a gente no médico e saiu de lá bastante triste também. Ai que me toquei que o que estava acontecendo comigo era muito sério.
Além de tudo, o tratamento é muito caro, a mãe que tem trombofilia, se não tiver recursos ou condições financeiras, infelizmente passa por muita coisa e pode acontecer o pior! Tem muita mulher que não sabe que tem trombofilia que acaba morrendo na hora do parto, porque o médico não soube pedir os exames e a mãe acabou não se cuidando... Existem muitos casos no Brasil inteiro!
Minha cunhada é advogada e entrou com uma ação contra o estado para que eu conseguisse as injeções, porque cada injeção era, se não me engano, R$15,00 e eu tinha que tomar uma por dia, com todos os remédios dava cerca de R$800,00 por mês. Ganhamos a ação e enquanto isso, graças a Deus, meus sogros estavam pagando tudo pra mim. Eu tive quem me ajudasse. O estado começou a liberar os remédios.
E continuou a luta, ultrassom eu fazia toda semana, a barriga ficava roxa, mas eu fazia tudo com muito amor.
Minha pressão começou a subir muito, durante a gestação ela ficava entre 16 ou 17, que é muito alta para uma grávida, então entrei numa dieta com muita restrição. Numa sexta-feira eu fui comer peixe, porque estava com muita vontade e fiz meu namorado me levar. Nessa madrugada de sexta pra sábado acordei vomitando e passando muito mal. Acordei meu namorado e pedi que ele me levasse para o hospital, quando cheguei na maternidade não conseguia nem falar, com a pressão muito alta, fui atendida por um médico maravilhoso, que já me medicou e minha pressão baixou, foi até mim depois que eu já estava bem e me disse... ‘Louise, dessa semana essa gestação não passa, a sua pressão está subindo muito e com isso o líquido amniótico está diminuindo e como você tem trombofilia, se seu líquido secar sua filha vai entrar em sofrimento fetal. E de cinco mutações que tem a trombofilia você tem 3, mais da metade, então sua gestação está correndo um risco muito grande. Eu vou te passar duas injeções de corticoide hoje e duas amanhã (domingo), a criança tem que nascer depois de 48h da última dose, ou seja, na terça-feira.’ Tomei as injeções e fiquei bem inchada por conta do corticoide. Na segunda-feira amanheci com sangramento, liguei para o meu médico e ele falou que era pra fazer um ultrassom. Quando cheguei na clínica para fazer o exame, o médico de lá me assustou, disse que meu líquido estava secando e que minha filha estava em sofrimento. Liguei novamente para o meu médico, dessa vez chorando e ele me disse pra ir pro consultório dele. Chegando lá, ele fez outro ultrassom e me informou que o líquido aguentaria mais uma semana e que faria muita diferença para o bebê essa semana a mais. Minha pressão estava altíssima, chegando em 18, ele dobrou meu remédio de pressão e me colocou em repouso absoluto, sem me mexer e tomando muito líquido. E me disse também que iria para um congresso em São Paulo, nessa semana ela não pode nascer. Fui para casa e na madrugada de segunda para terça comecei a passar muito mal, eu estava em trabalho de parto e Deus é tão perfeito, que deu o tempo do corticoide fazer efeito, como o médico de plantão tinha me dito. Às 5h da manhã as dores começaram, mas eu ainda não sabia que estava em trabalho de parto, acordei vomitando muito e com muita dor nas costas, chamava meu namorado e ele dizia que eu estava passando mal do estômago. Eu levantava, ia até o chuveiro, ficava debaixo da água morna e passava um pouco da dor, uma dor insuportável. Meu namorado foi trabalhar e eu logo depois chamei minha mãe, pois não aguentava de dor. Ligamos para o meu médico que estava viajando e ele me disse que tinha deixado uma médica ciente do meu caso e que era pra eu ir pra maternidade. Fomos até lá, cheguei gritando, como uma louca, de cócoras no chão da recepção, a médica fez o toque e me disse que eu estava em trabalho de parto e me disse que eu não poderia, por ter a trombofilia, se eu tivesse parto normal, eu morreria, eu tomava anticoagulante e teria uma hemorragia interna que não conseguiriam conter. Ai me disse que iria ter que fazer a cesárea naquele momento e me encaminhou para outro hospital que tinham UTI neonatal e uma UTI para mim, pois na maternidade não tinha disponível, me informou que eu estava em síndrome de HELP e eu estava correndo um grande risco. Liguei pro meu namorado e pedi para ele ir pro hospital. Minha mãe me deixou com a minha irmã e foi até minha casa preparar as minhas coisas e as da bebê para levar até o hospital.
Foi o pior dia da minha vida! Eu vomitava espuma, era branca. E a enfermeira pegou a cadeira de rodas e eu fui vomitando pelo corredor do hospital, ela colocou o medicamento e me internou 11:30h, a médica chegou logo depois, e o que mais doía é que eu sabia que pela medicina eles salvariam a mãe e não o bebê se acontecesse algo de errado no parto, meu médico ligou para a médica que estava me atendendo e pediu para que ela tirasse a bebê urgentemente de dentro de mim. Cheguei no centro cirúrgico minha pressão estava em 23. A doutora chegou e pediu para que estivesse calma e colocou meu médico no viva-voz para que ele a ajudasse, pois ela não era especialista, ele era. Eu estava de 32 semanas e 4 dias, ele disse, vamos tirar o bebê, não sabemos se ela vai nascer viva ou chorando. Mas eu sabia que ela estava bem, eu sentia que ela estava mexendo muito. Eu estava em pânico, chorando muito, fazendo muita oração, fui para a sala de parto e começaram a fazer a cesárea, era por volta de 12:30h e a Lívia nasceu 13:06, gritando, chorando... Mas não a vi direito, passaram correndo com ela, comecei a ter hemorragia, minha pressão muito alta, não baixava, minhas plaquetas baixaram, o mínimo aceitável eram 100, as minhas chegaram a 35, fiquei até as 18h na sala de cirurgia, e então fui pro quarto, tinha uma mãe com um bebê e tiveram que tirá-los, pois eu estava desesperada. Não tinha nenhuma notícia da minha filha. Fiquei na sonda, monitorada, porque na quarta-feira minha pressão chegou a 26. Consegui sair da sonda na sexta-feira e fui caminhando até na UTI neonatal e a vi. Depois de 5 dias me deram alta, passei antes na UTI, vi minha filha e fui para casa. Chorei muito em casa, fiquei o dia todo deitada, um dia horrível, não queria tê-la deixado lá, mas era necessário. Como minhas plaquetas estavam baixas, não podia tomar nenhum tipo de antibiótico ou anti-inflamatório, sentia muita dor no corte. De madrugada eu senti alguma coisa molhada na minha cirurgia, acordei meu namorado as 3h e ele colocou a mão, me disse que estava vazando, mas achava que não era nada, pediu para eu ficar deitada e não fazer esforço, mas ardia muito. Pela manhã, acordei e fui ao banheiro, com muita dor, fui tomar banho, quando fiquei em pé abriu um ponto e começou a vazar pus e sangue, fiquei tonta, chamei meu namorado, voltei pro hospital, estava com infecção hospitalar, fiquei 15 dias internada, isolada numa área para o tratamento, foram longos dias no hospital, eu internada por infecção e minha filha para ganhar peso, eu ia todos os dias vê-la, ela mamava por sonda e depois foi para o copinho, ai coloquei ela no peito e ela mamou, foi um avanço muito grande. Ela recebeu alta um dia depois de mim. Às vezes eu penso que peguei essa infecção para ficar perto dela, porque todo dia que eu ia lá vê-la era uma evolução a mais. Deus não faz nada por acaso.
Hoje minha filha está comigo, saudável, já tem o peso ideal para a idade dela, a altura ideal. Ela nasceu com 1.480kg e 40cm, hoje ela tem 8.500kg, vai fazer um aninho dia 5 de novembro e é alegria da nossa vida. Todos os dias eu tinha medo de dormir e não acordar, por tudo que eu passei, mas agradeço a Deus pela força que Ele me deu e ao meu namorado que esteve do meu lado todos esses dias, que não arredou o pé, foi homem de verdade. Às vezes algumas pessoas acham que trombofilia não é nada, help não é nada, mas hoje eu não posso mais ter filhos, a Livia é minha única e amada filha, por conta de tudo que aconteceu comigo. Não posso reclamar, pelo menos Deus deixou que ela vivesse aqui, junto comigo.  

Esse foi o relato de uma grande amiga minha que hoje tem a Livia, a gordinha mais linda do mundo!
As pessoas não tem acesso ao que é trombofilia, acho que as informações que tem nesse texto ajudam a explicar muita coisa, não é?
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Beijos aos que seguem!


Lívia quando tinha acabado de sair do hospital

Lívia recentemente